Bahia Política

Sem meias verdades

370 pessoas são presas por envolvimento em ataques a escolas no Brasil

Foto; Amanda Perobelli/REUTERS

Cerca de 370 pessoas já foram presas ou apreendidas por envolvimento em possíveis ataques a escolas em todo o Brasil. Os números, enviados à Rádio Bandeirantes, são da Operação Escola Segura, que começou em 6 de abril.

A força-tarefa do Ministério da Justiça, agências de inteligência e delegacias de crimes cibernéticos é uma reposta à escalada de ameaças e ataques. Toda a operação é controlada por um laboratório que fica em Brasília e monitora atividades suspeitas que sejam relacionadas a esse tema.

A partir do alerta, os agentes repassam as informações às autoridades locais, explica o coordenador do Laboratório de Operações Cibernéticas, Alessandro Barreto. “Proativamente ele tenta identificar perfis com conteúdo extremista e de ódio que ameacem crianças e adolescentes, ou de forma reativa recebendo informações de outros estados e países. O que nós fazemos? Imediatamente essas comunicações são encaminhadas para respectivas unidades de polícia judiciária, para completar os dados, com identificação de suspeitos e principalmente evitar que ocorra um problema maior”, disse.

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Desde o início da Operação Escola Segura, 1.595 suspeitos foram conduzidos a delegacias e 3.396 boletins de ocorrência registrados. São casos envolvendo crianças, jovens adolescentes e adultos. Como grande parte das ameaças e planos de ataques ocorre na internet, houve quase mil pedidos de preservação e remoção de conteúdos.

De acordo com Alessandro Barreto, não é porque essas atividades acontecem no meio virtual que as pessoas não serão criminalizadas. “Eles se utilizam de redes sociais, aplicativos de mensagens, de mídias sociais, de serviço de email para disseminar ódio, se unem e montam grupos. Infelizmente, a tecnologia é utilizada com finalidade ilícita porque utilizam ferramentas lícitas para cometer esse tipo de crime. Não é porque um crime foi cometido na internet que ele tenha que ficar impune. Devemos sim responsabilizar e identificar essas pessoas”, disse Barreto.

A força-tarefa da Operação Escola Segura ainda investiga mais de 2.800 casos de ameaças ou possíveis ataques a instituições. Após vários episódios, redes de ensino público e privadas treinaram professores e reforçaram a segurança dos locais, como a criação de um “botão de pânico”.

O caso mais recente foi na semana passada em Cambé, no Paraná; um ataque a uma escola estadual matou 2 alunos. A instituição é uma das que têm o “botão de pânico”, que foi acionado para chamar o patrulhamento, que chegou em poucos minutos. (Band)