A Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal (PF), revelou um esquema de corrupção que desviou R$ 85,4 milhões de contratos firmados entre o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e prefeituras da Bahia, entre 2021 e 2024. O esquema utilizava a empresa fantasma BRA Teles, registrada no nome de Rogério Teles Ferreira Correia, um vigilante de Salvador com salário de R$ 2,5 mil. A BRA Teles, sediada em Conceição do Jacuípe, movimentou impressionantes R$ 170,8 milhões no período, caracterizando-se como uma “conta de passagem” para dificultar o rastreamento dos recursos ilícitos.
As investigações apontaram que o vigilante cedeu poderes em abril de 2022 a Milton Fernandes, considerado testa de ferro de Alex Parente, líder do esquema. Fernandes gerenciava as contas da empresa de fachada, enquanto Alex e seu irmão, Fábio Parente, repassavam os valores desviados a servidores públicos e outros beneficiários. O caixa da BRA Teles foi abastecido por empresas vinculadas ao esquema, como FAP Participações, Allpha Pavimentação e Larclean Saúde Ambiental, além de não existir no endereço registrado à Receita Federal.
Durante a operação, foram apreendidos bens de luxo que evidenciam a dimensão do esquema: 23 carros de alto padrão, seis apartamentos, três jatinhos, três iates, 38 relógios sofisticados, joias avaliadas em mais de R$ 5 milhões e R$ 3,4 milhões em espécie. Os 16 presos, incluindo Alex Parente, estão detidos no Complexo Prisional da Mata Escura, em Salvador, em celas separadas para evitar comunicação entre os investigados.
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