O almirante da reserva Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha durante o governo Bolsonaro e recentemente indiciado pela Polícia Federal por suposto apoio a uma tentativa de golpe de Estado em 2022, utilizou um apartamento de trânsito da Marinha em Brasília por dois anos, mesmo após deixar suas funções na ativa. A residência, de 160 metros quadrados, foi ocupada pelo militar por “motivo particular” entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024, período em que já recebia R$ 36 mil mensais como oficial da reserva.
Os dados foram obtidos pela Coluna do Estadão via Lei de Acesso à Informação. Antes disso, a assessoria de imprensa da Marinha não havia esclarecido o caso. O uso do imóvel oficial por um ex-comandante contrasta com um vídeo institucional divulgado pela própria força no mês passado, que ironizava “privilégios” e criticava cortes orçamentários. A repercussão negativa obrigou a Marinha a apagar o material das redes sociais.
De acordo com a Polícia Federal, Garnier teria aderido ao “intento golpista”, que não se concretizou devido à rejeição dos comandantes do Exército e da Aeronáutica à proposta ilegal. O almirante foi indiciado junto com Jair Bolsonaro e outros aliados, cabendo agora à Procuradoria-Geral da República decidir sobre uma denúncia criminal.
Procurados para comentar o caso, tanto Garnier quanto a Marinha permaneceram em silêncio. O almirante, que optou por não responder às perguntas da PF em depoimento realizado em fevereiro de 2023, continua sendo investigado. O espaço permanece aberto para manifestações.
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