22 de fevereiro de 2025

Bahia Política

Sem meias verdades

Tadalafila: Riscos do uso como pré-treino na musculação

O uso da tadalafila, um medicamento originalmente destinado ao tratamento da disfunção erétil e da hiperplasia prostática benigna, tem ganhado popularidade entre praticantes de musculação que buscam aumentar a massa magra e o tônus muscular. A substância possui um efeito vasodilatador, que, teoricamente, aumenta o fluxo sanguíneo para os músculos, favorecendo a hipertrofia. No entanto, o uso deste medicamento para fins que não são os aprovados pode trazer sérios riscos à saúde.

Especialistas, como o urologista Bruno Sarmento, alertam que não existem estudos que comprovem a segurança do uso da tadalafila em atividades físicas. Embora haja a crença de que o aumento da irrigação sanguínea possa melhorar o desempenho atlético, essa não é a finalidade para a qual o medicamento foi desenvolvido. Sarmento enfatiza que o uso indevido da substância pode desvirtuar seus efeitos e levar a consequências indesejadas.

Além das preocupações sobre a eficácia, o nutricionista Haroldo Lordello ressalta que não há comprovação científica que apoie o uso da tadalafila como pré-treino. Ele adverte que existem outras opções seguras e eficazes disponíveis para potencializar o desempenho físico. O aumento na popularidade do medicamento, exacerbada pelas redes sociais, pode causar desinformação e práticas perigosas entre os usuários.

Dados da ANVISA revelam que a venda de tadalafila no Brasil triplicou nos últimos três anos. Embora a substância seja considerada segura quando usada corretamente, seu uso indiscriminado pode resultar em reações adversas significativas, variando de indigestão a complicações mais graves, como alterações na visão e na pressão arterial. O urologista Leonardo Calazans destaca a importância de não usar o medicamento sem supervisão médica, já que isso pode acarretar sérias repercussões.

Por fim, é fundamental destacar que a tadalafila não é indicada para mulheres e deve ser utilizada com cautela em pacientes com histórico de problemas cardíacos, renais ou hepáticos. Os efeitos colaterais podem incluir dores de cabeça, rubor e, em casos extremos, podem culminar em eventos como infarto ou AVC. O uso off label do medicamento, associado a ambientes de festas e socialização, revela uma cultura preocupante de normalização do consumo de substâncias sem a devida orientação médica.

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