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Sem meias verdades

Brasil negocia com EUA para evitar novas tarifas sobre exportações

Foto: Estadão / Conteúdo

A guerra comercial iniciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a gerar preocupações entre investidores e autoridades brasileiras. O vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, tem uma reunião marcada nesta quinta-feira (6), por videoconferência, com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. O encontro acontece pouco depois de Trump mencionar o Brasil como um possível alvo de novas tarifas, especialmente nos setores de aço e alumínio, que enfrentarão novas taxações para exportação ao mercado americano a partir da próxima semana.

Especialistas em relações internacionais alertam que a postura protecionista de Trump pode isolar economicamente os Estados Unidos e gerar impactos negativos na economia global. O professor Lier Pires Ferreira observa que Trump ainda mantém um discurso de campanha, sem considerar plenamente os impactos de suas decisões como líder da maior economia do mundo. Enquanto isso, o mercado financeiro acompanha de perto os desdobramentos, com o dólar registrando uma queda de 2,71%, fechando a R$ 5,756, reflexo da decisão de Trump de adiar tarifas sobre automóveis importados do México e do Canadá.

O economista André Perfeito destaca que a desvalorização do dólar indica uma reação positiva dos investidores à possibilidade de flexibilização das políticas comerciais dos EUA. Essa movimentação reduz a aversão ao risco e favorece moedas de países emergentes, como o real. Segundo ele, a economia brasileira pode se beneficiar da atual conjuntura, especialmente se conseguir manter um diálogo estratégico com Washington para evitar restrições mais severas.

Apesar desse cenário, há riscos significativos caso as novas tarifas sejam aplicadas de forma mais ampla. Se houver um aperto excessivo nas políticas comerciais dos EUA, a economia global pode desacelerar, limitando as oportunidades para o Brasil. O Itamaraty, o Ministério da Indústria e Comércio e o Ministério da Agricultura precisam monitorar de perto essas decisões e adotar estratégias para minimizar impactos negativos e explorar possíveis vantagens.

A escalada da guerra comercial já levou a retaliações internacionais, especialmente após a decisão de Trump de impor tarifas de 25% a países vizinhos e de 20% sobre produtos chineses. O Brasil, sendo um dos principais exportadores de commodities para os EUA, precisa articular uma resposta diplomática eficaz para proteger seus interesses econômicos e garantir que suas exportações não sejam severamente prejudicadas.

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