O preço do ovo de galinha disparou nos últimos meses devido a fatores climáticos, aumento da demanda e encarecimento dos insumos, como milho e farelo de soja. Desde janeiro, essa alta vem se intensificando, tornando o produto um dos principais responsáveis pela inflação no setor de alimentação e bebidas. Em fevereiro, a valorização chegou a 15,4%, pressionando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou aumento de 0,79% no segmento.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a alta no preço do ovo é comum no início do ano, principalmente durante a Quaresma, quando o consumo de carne vermelha diminui e cresce a demanda por ovos. No entanto, a situação em 2025 foi agravada pelo calor extremo, que impactou a produção das granjas, reduzindo em até 10% a produtividade das aves. Além disso, o milho, um dos principais insumos da ração, teve um aumento acumulado de 40% desde março do ano passado.
A crise no setor também chamou a atenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em um evento recente, questionou os motivos da alta e culpou os atravessadores pela escalada de preços. Já a ABPA afirma que diversos fatores influenciam os custos do produto, como o aumento nos preços de combustíveis, energia elétrica e embalagens, além da perda de matrizes mais velhas, que leva tempo para ser compensada.
No atacado, o aumento também foi expressivo. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, registrou uma alta de 42% no preço dos ovos brancos do tipo extra em Bastos (SP), principal polo produtor do país. A cotação média passou para R$ 201,77 por caixa de 30 dúzias em fevereiro e segue elevada em março, com valor médio de R$ 210,19 até o dia 14. Especialistas apontam que, após a Quaresma, a demanda tende a se estabilizar, o que pode influenciar os preços.
Apesar do aumento das exportações, a ABPA nega que elas tenham impactado o mercado interno. Em fevereiro, o Brasil exportou 2.527 toneladas de ovos, um crescimento de 57,5% em relação ao ano anterior. Os principais destinos foram Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Chile, México, Japão e Angola. No entanto, a associação reforça que apenas 0,9% da produção total é enviada ao exterior, sem grande influência nos preços nacionais.
Com o cenário desafiador, o setor espera medidas para conter os custos, como a redução de tarifas de importação sobre aminoácidos essenciais para a ração e insumos plásticos. Enquanto isso, os consumidores seguem sentindo no bolso o impacto do calor, da alta do milho e da maior demanda pelo alimento.
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