O estresse no ambiente de trabalho virou um problema crônico no Brasil. Segundo a International Stress Management Association (ISMA-BR), 72% dos brasileiros se sentem estressados no emprego e 32% já sofrem com a síndrome de Burnout. Em 2024, o número de afastamentos por doenças psicológicas cresceu 68% em relação ao ano anterior, totalizando 472 mil licenças médicas apenas entre trabalhadores com carteira assinada.
O impacto vai além da saúde individual. Estima-se que os afastamentos por questões mentais custem cerca de R$ 3 bilhões por ano ao INSS. Globalmente, o prejuízo causado pela perda de produtividade relacionada ao esgotamento psicológico chega a US$ 1 trilhão. Para especialistas, esses dados revelam a urgência de mudanças profundas nas práticas e culturas organizacionais.
A psicanalista Ana Tomazelli, presidente do Ipefem, destaca que o problema está enraizado em modelos de trabalho que desrespeitam os limites humanos. Jornadas longas, metas inalcançáveis, falta de reconhecimento e ambientes hostis são apontados como gatilhos para o esgotamento. Segundo ela, “a responsabilidade pela mudança é coletiva e não deve recair apenas sobre os trabalhadores”.
Essa consciência já está transformando o mercado de trabalho. Segundo o Relatório de Tendências em Gestão de Pessoas 2024, 70% dos profissionais preferem empresas que priorizam saúde mental. Ambientes saudáveis reduzem rotatividade, aumentam o engajamento e melhoram a produtividade. A OMS aponta que cada US$ 1 investido em programas de bem-estar gera retorno de US$ 4.
Para sair do discurso e aplicar ações concretas, empresas precisam repensar suas estruturas. Flexibilidade de horários, liderança preparada, metas realistas e acesso a suporte emocional são medidas essenciais. Como alerta Tomazelli, “tratar a saúde mental como prioridade não é mais opcional — é uma exigência para manter equipes saudáveis e negócios sustentáveis”.
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