24 de fevereiro de 2025

Bahia Política

Sem meias verdades

Crescimento de casos de mononucleose em Salvador preocupa especialistas

Foto: Reprodução

À medida que o Carnaval se aproxima, a preocupação com o aumento de doenças infecciosas em Salvador já começa a se destacar. As aglomerações características dessa época são ideais para a diversão, mas também para o contágio de doenças, como a mononucleose, conhecida popularmente como “doença do beijo”. Especialistas já observam um número crescente de casos antes mesmo do início oficial da festa, o que tem gerado atenção dos profissionais de saúde.

A infectologista Clarissa Cerqueira relatou que, em 2025, os casos de mononucleose aumentaram significativamente em Salvador. Geralmente, a doença, causada pelo vírus Epstein-Barr, não resulta em internações, mas este ano tem mostrado uma alta incomum. Embora os pacientes mais afetados sejam adolescentes, também foram registrados casos em pessoas na faixa etária dos 40 anos. A médica, que costuma diagnosticar um caso a cada seis meses, já identificou quatro casos em poucos meses deste ano.

A principal forma de transmissão da mononucleose é a saliva, e o contágio pode ocorrer tanto por beijos quanto pelo compartilhamento de objetos. Embora a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não tenha fornecido dados até o momento, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) esclareceu que a mononucleose não é uma doença de notificação compulsória. A doença tem impacto principalmente em jovens entre 15 e 25 anos, sendo que até 90% da população adulta mundial já foi infectada pelo vírus Epstein-Barr.

Os sintomas da mononucleose incluem febre persistente, dor no corpo, dor de garganta e aumento dos linfonodos, o que pode levar à confusão com outras doenças, como a sífilis, AIDS e toxoplasmose. Para o diagnóstico, são necessários exames clínicos e de sangue. Devido à dificuldade de prevenção, Clarissa Cerqueira aconselha evitar o contato com pessoas contaminadas e não compartilhar objetos pessoais durante o período de aumento dos casos.

Embora não exista tratamento específico para a mononucleose, a doença tende a melhorar após duas semanas. O tratamento geralmente envolve cuidados de suporte para aliviar os sintomas. A infecção pode causar complicações, como aumento do baço e fígado, e a ruptura do baço é a complicação mais grave, com risco significativo de morte se ocorrer nas primeiras semanas após o início dos sintomas.

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