Bahia Política

Sem meias verdades

Diretor do INSS tem participação em empresas de previdência

Foto: Divulgação/Pedro França

O diretor substituto interino do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Mário Sória, está envolvido em duas empresas que atuam no setor de previdência, levantando questões sobre possível conflito de interesse. Sória, que comanda a diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, possui participações na consultoria Andaluz Investimentos e na Longeve Educação, ambas com serviços voltados à previdência e planejamento financeiro. A diretoria de Benefícios é responsável pela gestão da folha de pagamentos de aproximadamente R$ 1 trilhão por ano do instituto.

Desde abril de 2023, Sória ocupa o cargo interinamente, após a operação Sem Desconto da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) afastar o então diretor, Vanderlei Barbosa dos Santos. A Andaluz Investimentos oferece consultoria sobre previdência complementar, enquanto a Longeve foca em gestão previdenciária e compensação previdenciária. A atuação de Sória em empresas do setor enquanto exerce funções relevantes no INSS tem gerado questionamentos sobre a ética e a transparência dessas atividades.

O INSS e a Andaluz Consultoria negaram qualquer conflito de interesse, enquanto a Longeve não respondeu à reportagem. Além disso, o Instituto Nacional de Seguro Social informou que as atividades de consultoria e assessoramento de Sória não configuram conflito de interesse, pois ele atua como professor em disciplinas relacionadas às certificações necessárias para o exercício profissional.

A Controladoria-Geral da União (CGU) destaca que, segundo a Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12.813/2013), agentes públicos podem exercer atividades remuneradas no setor privado, desde que respeitados os limites estabelecidos pela legislação. A Lei especifica que não há conflito de interesse quando a atividade privada não comprometer o interesse coletivo ou influenciar indevidamente o desempenho da função pública.

O debate sobre a duplicidade de funções de Sória e sua relação com empresas privadas, embora não configure, em princípio, ilícitos, levanta questões sobre transparência e a necessidade de maior fiscalização para garantir que interesses públicos não sejam prejudicados por ações privadas.

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