Bahia Política

Sem meias verdades

Federação entre União Brasil e PP começa com crise

Foto: Paulo Bareta

A superfederação entre União Brasil e PP, prevista para ser anunciada nesta terça-feira (29), já enfrenta conflitos internos antes mesmo de ser oficializada. A aliança, que será chamada de União Progressista, pretende unificar os dois partidos por quatro anos e fortalecer sua presença no Congresso Nacional, com 109 deputados federais e 14 senadores, superando o PL em tamanho na Câmara. No entanto, divergências sobre o comando e o controle regional ameaçam sua estabilidade desde o início.

O principal impasse gira em torno da presidência da federação. O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, quer assumir o cargo inicialmente, o que desagrada ao PP, que havia reservado o posto para o deputado Arthur Lira. A disputa pode levar ao anúncio da federação sem um presidente definido. A proposta é de rodízio no comando, mas os bastidores mostram resistências que podem comprometer a unidade da nova sigla.

Conflitos regionais também dificultam a consolidação da federação. Em estados como Acre, Paraíba, Bahia, Paraná e São Paulo, os dois partidos estão em lados opostos das disputas locais e ainda não chegaram a um consenso sobre quem comandará os diretórios. Em alguns casos, como na Paraíba, há pré-candidatos ao governo estadual em chapas concorrentes. A solução proposta é selar primeiro a união nacional e adiar a definição local para 2026, com base em quem tiver o projeto eleitoral mais viável.

Além das disputas regionais, o União Brasil já enfrenta divisões internas entre seus principais grupos, liderados por Antonio Rueda, Davi Alcolumbre e Ronaldo Caiado. O governador de Goiás, inclusive, se posicionava contra a federação por entender que o PP já articula apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas foi convencido a aceitar o acordo mediante a promessa de apoio, caso atinja mais de 10% nas pesquisas em 2026.

Mesmo com os conflitos, a bancada do União Brasil na Câmara aprovou a entrada na federação, sem votos contrários, mas com ressalvas. A criação da superfederação ainda depende da aprovação das Executivas nacionais dos dois partidos e pode enfrentar resistência de parlamentares que temem perder espaço. O novo grupo pretende disputar protagonismo na direita e, dependendo do cenário político, buscar espaço em um eventual governo federal em 2027.

Bahia Política

Faça parte do nosso grupo no WhatsApp se preferir entre em nosso canal no Telegram.