Federações e fusões agitam cenário político da Bahia para 2026

Os movimentos nacionais envolvendo fusões e federações partidárias já começaram a impactar diretamente a configuração política na Bahia para as eleições de 2026. Com o fim das coligações, partidos têm se articulado para sobreviver politicamente, mesmo que isso signifique o rompimento de alianças locais. A federação entre União Brasil e PP é um exemplo que mudou o tabuleiro político no estado.

Com a criação da União Progressista Brasileira (UPB), o União Brasil e o PP passam a formar a maior bancada na Câmara dos Deputados. Na Bahia, porém, a união enterra a expectativa do PP de apoiar a reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT), já que o comando da federação no estado ficará com ACM Neto, líder da oposição e adversário direto do governador. Como resposta, deputados estaduais do PP, aliados de Jerônimo, já articulam uma troca de partido antes mesmo da janela eleitoral de 2026.

Deputados como Niltinho, Hassan Iossef, Eduardo Sales e Antonio Henrique Júnior têm buscado abrigo em siglas como MDB, PDT e PSB. Contudo, enfrentam resistência de lideranças locais que temem perder espaço. Uma possível solução seria a migração conjunta para o Podemos, que também negocia uma fusão com o PSDB em nível nacional — o que pode novamente dividir o comando estadual entre grupos rivais.

Além disso, há conversas em Brasília sobre uma federação entre MDB e Republicanos. Na Bahia, os dois partidos ocupam campos políticos opostos: o MDB integra a base do governo Jerônimo e tem o vice-governador Geraldo Júnior, enquanto o Republicanos é aliado de ACM Neto e comandado por Márcio Marinho. Embora o deputado tenha minimizado as negociações, lideranças como Geddel Vieira Lima acompanham de perto os desdobramentos em Brasília.

É importante lembrar que federação e fusão são mecanismos distintos. Na federação, partidos mantêm suas estruturas internas, mas atuam como uma só legenda por no mínimo quatro anos. Já a fusão extingue os partidos envolvidos, criando uma nova sigla com identidade e estatuto próprios. Ambas as estratégias devem moldar profundamente as eleições de 2026 na Bahia.

Bahia Política

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