Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que a fraude bilionária nos benefícios do INSS atingiu diretamente pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. A investigação, conduzida em parceria com a Polícia Federal (PF), identificou que idosos com dificuldades de locomoção, pessoas com deficiência, indígenas, analfabetos e moradores de áreas rurais foram os principais alvos dos descontos indevidos.
Durante a força-tarefa, auditores da CGU percorreram regiões do interior do Brasil e realizaram entrevistas com beneficiários e familiares. Muitos relataram que os titulares dos benefícios sequer tinham condições físicas ou cognitivas de autorizar filiações a associações, o que levanta suspeitas sobre falsificações em documentos como termos de autorização e fichas de filiação.
O relatório destaca casos de pessoas doentes, com mobilidade reduzida, indígenas que vivem em aldeias e não sabem ler ou escrever, além de beneficiários que vivem no exterior e nunca tiveram contato com as entidades envolvidas nas fraudes. Em muitos casos, terceiros responderam às entrevistas em nome dos titulares, apontando o total desconhecimento sobre os descontos realizados.
A investigação segue em curso e deve aprofundar a responsabilização de associações e intermediários envolvidos no esquema. A fraude expõe falhas graves no controle e fiscalização dos benefícios previdenciários, afetando justamente o grupo que mais necessita de proteção do Estado.
Faça parte do nosso grupo no WhatsApp se preferir entre em nosso canal no Telegram.
Relacionadas
Bolsonaro diz ter fé em absolvição no STF
INSS registra 480 mil pedidos de reembolso por descontos
Geraldo Rufino fará palestra gratuita em Camaçari