Gastos com São João geram críticas em Paulo Afonso

A população de Paulo Afonso, no Vale do São Francisco, tem questionado os altos investimentos da prefeitura com os festejos juninos, em meio a denúncias de precariedade nos serviços de saúde do município. De acordo com relatos de moradores, o Hospital Municipal Nair Alves de Souza enfrenta problemas como falta de medicamentos, exames suspensos e paralisação de atendimentos, enquanto a gestão destinou mais de R$ 4 milhões para a contratação de atrações artísticas.

Grávidas relataram dificuldades para realizar exames de rotina, como ultrassonografias. “Estou no quinto mês de gestação e ainda não consegui um ultrassom. Conheço gestante de quase 9 meses que também não conseguiu”, afirmou uma moradora. Outra cidadã disse que precisou viajar até Arcoverde, em Pernambuco, para conseguir uma consulta médica, diante da situação crítica em Paulo Afonso.

Segundo dados do Transparêmetro, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), a gestão do prefeito Mário Galinho (PSD) comprometeu R$ 3,93 milhões com os festejos juninos. Entre os cachês pagos estão: Zé Ramalho (R$ 500 mil), Léo Magalhães (R$ 450 mil), Unha Pintada (R$ 350 mil), Thiago Aquino (R$ 350 mil) e Chambinho do Acordeon (R$ 180 mil). Além disso, no início de maio, a prefeitura já havia gasto R$ 500 mil com o evento Moto Paulo Afonso 2025.

Diante da repercussão, a Prefeitura divulgou nota justificando os investimentos como parte de um planejamento estratégico para impulsionar a economia local, fomentar o turismo e valorizar a cultura nordestina. A gestão afirmou ainda que os recursos destinados às festas não comprometem verbas da saúde ou de outras áreas essenciais.

Sobre as críticas relacionadas ao hospital Nair Alves de Souza, a administração municipal afirmou que o equipamento vem passando por melhorias estruturais, com investimentos contínuos. Ainda assim, moradores continuam expressando insatisfação diante da falta de acesso a serviços básicos, especialmente para populações mais vulneráveis.

Bahia Política

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