O governo de Lula (PT) enfrenta dificuldades com o abastecimento de vacinas contra a Covid-19, após perder cerca de um terço do lote comprado da farmacêutica Moderna por conta da validade vencida ou da necessidade de troca das doses. Atualmente, o Ministério da Saúde, liderado por Nísia Trindade, reconhece que não há vacinas disponíveis para entrega imediata, especialmente para o público infantil. Um contrato emergencial de 12,5 milhões de doses adaptadas à variante XBB foi assinado por R$ 725 milhões, mas apenas 8,26 milhões de doses foram distribuídas. Cerca de 4,2 milhões de unidades ficaram retidas no estoque, sendo que 1,2 milhão já foi recolhido para substituição, e o restante deve ser trocado em dezembro.
O atraso na entrega das vacinas foi agravado pela validade curta dos lotes enviados pela Moderna, que levou o Ministério da Saúde a solicitar a troca das doses em agosto, sem custos adicionais. A vacinação infantil é a mais prejudicada, e a pasta tem sofrido críticas da comunidade científica e de profissionais de saúde. Fatores como exigências de armazenamento em baixas temperaturas e campanhas de desinformação também são apontados como obstáculos para a imunização. De acordo com Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações, o desabastecimento atual será resolvido com a substituição das doses vencidas e a retomada das entregas em dezembro.
Além disso, o governo planejava adquirir 70 milhões de doses atualizadas contra a Covid-19 em 2024, mas até agora apenas fechou um contrato para 12,5 milhões de doses da Moderna. Enquanto negocia novos contratos com o Instituto Serum, da Índia, e a Pfizer, o governo também enfrenta as consequências de perdas anteriores, como o prejuízo de R$ 260 milhões com 80% de um lote de 10 milhões de vacinas Coronavac adquiridas tardiamente. A expectativa do Ministério da Saúde é estabilizar a oferta de vacinas para que a imunização entre no calendário de rotina, especialmente para crianças e grupos específicos.
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