A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a pagar R$ 100 mil a um pastor que alegou ter sido forçado a realizar uma vasectomia como condição para continuar na instituição. A decisão foi confirmada pela Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT-CE), que considerou o caso uma grave violação dos direitos trabalhistas e da dignidade humana.
Segundo o ex-pastor, o procedimento foi realizado em uma clínica clandestina, sem documentos assinados ou explicações sobre os riscos. Ele afirmou que a exigência era imposta a líderes religiosos da instituição. Testemunhas reforçaram a denúncia, relatando que ao menos 30 pastores passaram pela mesma situação.
Na sentença, a juíza Christianne Fernandes Diógenes Ribeiro destacou que a imposição da esterilização fere princípios fundamentais e causa danos irreversíveis à vida dos trabalhadores. O relator do caso, desembargador Carlos Alberto Rebonatto, frisou que a indenização busca reparar o dano e desestimular práticas semelhantes.
A Igreja Universal negou as acusações e afirmou que vai recorrer da decisão. Em nota, classificou a denúncia como “fantasiosa” e ressaltou que muitos de seus pastores e bispos têm filhos. A instituição alegou que apenas incentiva o planejamento familiar e que a decisão sobre realizar uma vasectomia é individual.
O caso repercute como um alerta sobre abusos em relações de trabalho dentro de instituições religiosas. A condenação reforça a necessidade de fiscalização e proteção dos direitos dos trabalhadores, independentemente do segmento em que atuam.
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