O Congresso Nacional recusou a medida provisória enviada pelo governo que restringia o uso de créditos tributários por empresas, representando uma nova derrota para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no debate fiscal. A MP havia sido editada em 4 de junho e alterava regras do PIS/Cofins para compensar a perda de receitas com a desoneração da folha de pagamento de 17 setores.
A proposta gerou forte reação de grupos empresariais prejudicados e, apesar das tentativas do Ministério da Fazenda de negociar com parlamentares e setores afetados, a pressão culminou na decisão do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de devolver a medida nesta terça-feira (11).
Pacheco argumentou que a MP violava princípios constitucionais de anterioridade e anualidade tributária, essenciais para a segurança jurídica e previsibilidade no setor produtivo. Ele destacou que a medida trazia um impacto significativo sem respeitar a regra da noventena para aplicação das alterações no PIS/Cofins.
A decisão foi aplaudida por parlamentares e apoiada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), que afirmou que o presidente Lula também não estava confortável com a MP. Pacheco agradeceu a Wagner pela cooperação na resolução do impasse.
A MP continha sete artigos, mas Pacheco devolveu apenas os trechos relacionados à limitação dos créditos de PIS/Cofins. Os outros artigos permanecem válidos até nova decisão do Congresso.
Wagner pediu aos senadores que ajudem a encontrar uma fonte de compensação para a desoneração da folha de pagamento, questão que será priorizada na próxima reunião de líderes.
A decisão de devolver a MP veio após reuniões de Pacheco com Lula e Haddad, onde foi discutida a possibilidade de devolução e a forte reação negativa do empresariado à medida provisória.
Relacionadas
Centrão cobra definição de Lula sobre reforma ministerial
Bahia pode perder deputados com mudança na distribuição de vagas da Câmara
Justiça determina suspensão temporária das atividades do Arraial d’Ajuda Eco Parque por irregularidades ambientais