Carlos Lupi pediu demissão do Ministério da Previdência Social nesta sexta-feira (2), após a crise envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. Ele estava à frente da pasta desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023. A saída acontece em meio à pressão por irregularidades identificadas na gestão de benefícios previdenciários.
Esta não é a primeira vez que Lupi deixa um ministério sob suspeitas. Em 2011, no governo de Dilma Rousseff, ele pediu demissão do Ministério do Trabalho após denúncias de favorecimento a ONGs ligadas ao PDT, partido que preside. À época, reportagens apontaram pedidos de propina por assessores e o envolvimento de entidades sob investigação da Polícia Federal.
O ex-ministro também foi citado na operação Lava Jato. Segundo delações, ele teria negociado recursos via caixa dois com a Odebrecht para beneficiar campanhas do PDT e apoiar privatizações no setor de saneamento. As acusações incluíam o recebimento de R$ 4 milhões em 2014, além de R$ 400 mil para sua tentativa frustrada ao Senado. O partido sempre negou as irregularidades.
Durante sua gestão recente, Lupi defendeu mudanças na reforma da Previdência de 2019, sugerindo uma “anti-reforma”. As declarações, no entanto, foram rebatidas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, que negou intenção do governo em alterar a legislação atual. Ele também travou uma disputa com bancos para reduzir os juros do consignado a aposentados.
A crise no INSS se agravou com a saída de Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi e ex-presidente da autarquia, que foi afastado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento nos descontos ilegais. A fila de espera por benefícios não foi reduzida durante a gestão, frustrando metas da pasta e pressionando ainda mais a permanência do ministro.
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