Uma pesquisa do Atlas Mundial da Obesidade 2025 revelou que um a cada três brasileiros (31%) vive com obesidade, e a previsão é de que esse número continue a crescer, especialmente entre as mulheres, onde a taxa pode chegar a quase 50% nos próximos cinco anos. Além disso, o levantamento apontou que cerca de 68% da população está acima do peso considerado ideal, com 38% apresentando sobrepeso e 31% sendo diagnosticados como obesos.
O relatório foi baseado em dados de 2024 e mostra que, no Brasil, a obesidade está fortemente associada ao estilo de vida e aos hábitos alimentares da população. Para o nutricionista Cristiano Sampaio, esse aumento tem relação com o consumo elevado de alimentos ultraprocessados e com um estilo de vida cada vez mais sedentário, que contribui para o ganho de peso. “Nas últimas décadas, houve uma mudança significativa nos padrões alimentares, o que resultou em uma maior ingestão de alimentos industrializados e na diminuição da prática de atividades físicas”, afirma.
De acordo com o relatório, quase 50% da população adulta não pratica atividades físicas na frequência e intensidade recomendadas, o que agrava a situação. A prática regular de exercícios, aliada a uma alimentação balanceada, é considerada fundamental para o controle do peso e para a prevenção de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. “É recomendada a prática de pelo menos 2h e meia de atividades físicas moderadas semanalmente”, alerta o especialista.
A obesidade não se refere apenas aos hábitos alimentares, mas também a uma série de complicações metabólicas, cardiovasculares e emocionais, explica o nutrólogo Gabriel Resende. A nutricionista Juliana Bayeux também acrescenta que noites mal dormidas podem desregular o hormônio do apetite, resultando em maior fome e desejos por alimentos ricos em carboidratos e açúcares, complicando ainda mais o quadro.
Para prevenir a obesidade e combater o sobrepeso, os especialistas recomendam ações que envolvem tanto a alimentação quanto o estilo de vida em geral. Entre as orientações estão a conscientização de crianças e adolescentes sobre a importância de uma alimentação saudável, a atenção aos rótulos nutricionais dos produtos e o incentivo à prática de atividades físicas. Além disso, é importante evitar o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas, como refrigerantes e energéticos.
A ONG Obesidade Brasil, representada pelos cofundadores Andrea Pereira e Carlos Schiavon, destaca um problema significativo: o acesso limitado da população aos tratamentos e à alimentação saudável devido ao custo elevado. Para os especialistas, a solução envolve investimentos do governo em métodos de prevenção, especialmente voltados à educação alimentar de crianças e adolescentes. “A educação no combate à obesidade deve começar na infância, pois o adulto com obesidade geralmente carrega esse quadro pelo resto da vida”, explicam.
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