Países suspendem compra de frango do Brasil por gripe aviária

Após a confirmação de um caso de gripe aviária em Montenegro, no Rio Grande do Sul, o Uruguai e o Chile decidiram suspender temporariamente as importações de frango brasileiro. A medida segue decisões semelhantes já tomadas por Argentina, União Europeia e China, que interromperam as compras por um período de 60 dias. O México também pode adotar a mesma posição, embora ainda não tenha oficializado a suspensão.

O foco da doença foi registrado em uma granja de ovos férteis em Montenegro, onde cerca de 17 mil aves morreram — a maioria vítima do vírus H5N1 e outras abatidas preventivamente. Outro surto foi detectado em Sapucaia do Sul, onde aproximadamente 90 aves, incluindo cisnes e patos, morreram em um zoológico, que já foi interditado pelas autoridades.

Diante da situação, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) decretou estado de emergência zoossanitária em Montenegro por 60 dias e iniciou o rastreamento da produção da granja afetada. Apesar das suspensões, as exportações para outros países continuam, respeitando cláusulas contratuais que determinam suspensão automática em casos de gripe aviária, como ocorre com China e União Europeia.

Especialistas explicam que o vírus H5N1, embora altamente letal entre aves, não representa risco à saúde humana pelo consumo de carne ou ovos contaminados. A transmissão para pessoas ocorre apenas por contato direto com aves vivas infectadas ou seus excrementos, sendo considerada uma possibilidade rara. Mesmo assim, o alerta permanece elevado em virtude da rápida disseminação do vírus.

A gripe aviária tem causado impacto no setor avícola mundial. Nos Estados Unidos, mais de 120 milhões de aves foram sacrificadas, afetando diretamente o preço dos ovos e da carne. O Brasil, maior exportador mundial de frango, monitora de perto a situação para conter o avanço da doença e minimizar os prejuízos econômicos.

Bahia Política

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