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Sem meias verdades

Paixão de Cristo e tradição popular marcam a Sexta-Feira Santa

Foto: Marcello Casal / Agência Brasil

A Sexta-Feira Santa, que integra o tríduo pascal da Igreja Católica, marca o momento da paixão e morte de Jesus Cristo e é considerada uma das datas mais simbólicas do calendário cristão. A celebração é móvel, ocorrendo conforme o calendário lunar, e tem relação direta com a Festa de Pessach, a páscoa judaica mencionada nos evangelhos. A data remete aos últimos passos de Cristo até a crucificação, reforçando a importância do sacrifício na fé cristã.

De acordo com a teóloga Ana Beatriz Dias Pinto, a morte de Jesus ocorreu em uma sexta-feira devido à antecipação da execução para não coincidir com as festividades judaicas. A morte de Cristo, considerada o Cordeiro de Deus, representa o cumprimento das escrituras e inaugura uma nova visão espiritual: não apenas a libertação física da escravidão, mas a salvação do pecado por meio do amor.

Na liturgia católica, a Sexta-Feira Santa é marcada pela ausência da eucaristia, simbolizando o luto e a reverência ao sacrifício de Jesus. Em todo o país, são comuns as celebrações da Via Sacra e os rituais de adoração à cruz, que variam de acordo com as tradições locais. Enquanto no Brasil há maior expressividade nas práticas, como o beijo na cruz, em países europeus, o gesto é mais contido.

O feriado é oficial no Brasil desde a época do Império e segue garantido por lei, mesmo em um Estado laico. A permanência da data no calendário nacional se justifica pelo forte vínculo cultural e religioso que a Sexta-Feira Santa mantém com grande parte da população brasileira. Além das tradições católicas, outras religiões, como o espiritismo, umbanda e candomblé, também celebram esse período com diferentes significados.

A Semana Santa, segundo a teóloga, vai além da religiosidade. É um período que pode ser aproveitado para reflexões pessoais, sociais e políticas. “Mais do que lembrar um sacrifício, é uma chance de repensar a vida em comunidade e as transformações que desejamos enquanto sociedade”, destaca Ana Beatriz. O simbolismo da data, portanto, ultrapassa barreiras religiosas e permanece vivo na cultura e na espiritualidade dos brasileiros.

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