Getting your Trinity Audio player ready...
|
Mesmo antes do início das obras, a construção da Ponte Salvador-Itaparica já provoca impactos nas comunidades da ilha. Em localidades como Barro Branco e Mocambo, tratores derrubam árvores e aterraram manguezais, afetando áreas sagradas para religiões de matriz africana e espaços usados para pesca e mariscagem. A pressão imobiliária se intensificou, colocando em risco terreiros históricos e fontes de água doce.
O projeto da ponte, com 12,4 km de extensão, ganhou novo fôlego após a assinatura de um acordo entre o governo da Bahia e o consórcio chinês responsável pela obra. Agora, com orçamento reajustado de R$ 6,3 bilhões para R$ 10,4 bilhões, o governo estadual será responsável por cerca de R$ 12 bilhões ao longo de 29 anos. A justificativa para o aumento está no encarecimento dos insumos pós-pandemia.
Ambientalistas e representantes de comunidades tradicionais denunciam a falta de consulta prévia e alertam para os riscos ambientais e sociais da intervenção. Segundo estudos, ao menos 114 áreas sensíveis serão afetadas, incluindo o entorno de 124 terreiros – dois deles diretamente. Três inquéritos do Ministério Público investigam os impactos da obra, que também ameaça biomas da Baía de Todos-os-Santos.
A concessionária responsável afirma que o projeto será executado com responsabilidade social e ambiental, prevendo 40 programas socioambientais e medidas de compensação. O governo da Bahia, por sua vez, garante que seguirá a legislação e que irá ampliar as ações de mitigação na fase de licença de instalação. A obra tem prazo de execução de seis anos e deverá alterar profundamente a dinâmica da ilha e seu entorno.
Faça parte do nosso grupo no WhatsApp se preferir entre em nosso canal no Telegram.
Relacionadas
Defesa Civil aplica lonas em encostas no Jardim Castelão
Seduc realiza formação sobre cuidado e bem-estar docente
Deputados baianos já gastaram R$ 8,4 milhões em 2025