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Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) da Bahia identificou diversas irregularidades na gestão da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), envolvendo tanto o ex-secretário João Antônio Maia Gonçalves quanto seu sucessor, José Castro Filho. De acordo com a auditoria referente ao ano de 2023, falhas administrativas comprometem a segurança pública e os direitos humanos no sistema prisional baiano, além de aumentarem o risco de fugas.
Entre os principais problemas apontados está a degradação física das unidades prisionais. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que o número de estabelecimentos em condições péssimas ou ruins subiu de 35,7% para 43,6% entre 2020 e 2023. O TCE responsabiliza a Seap por omissão na manutenção e reforma das unidades, destacando o risco de evasão em presídios como a Penitenciária Lemos Brito e as unidades Salvador e Feminina, todas no Complexo da Mata Escura.
Outro ponto crítico do relatório é a superlotação carcerária. Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Sisdepen), para cada 100 vagas em unidades geridas diretamente pela Seap, há um excedente de 31 presos. O TCE alerta que a falta de ações para resolver o déficit prejudica a higiene, dificulta o acesso a programas de ressocialização e eleva o risco de rebeliões.
O fornecimento de alimentação também foi alvo de críticas. Em visitas a unidades como a Colônia Penal Lafayete Coutinho, os auditores observaram o uso de vasilhames coletivos, ausência de pesagem das refeições e falhas no armazenamento. Essas práticas violam os contratos firmados e as normas sanitárias, comprometendo a qualidade da alimentação dos quase 14 mil presos da rede estadual.
A lista de falhas inclui ainda escassez de agentes, omissão de dados, abandono de políticas de reintegração social e falta de controle interno. O atual secretário José Castro Filho, que substituiu João Antônio Maia, é criticado inclusive por aliados do governo. A situação se agravou após a fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis, em dezembro de 2024, caso que revelou um esquema de corrupção dentro da unidade.
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