Uma jovem de 19 anos foi agredida na tarde desta última sexta-feira (23) em um bar de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro, depois de criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma conversa com amigos em sua mesa.
Segundo reportagem do Extra, outro cliente do estabelecimento, ao ouvir os comentários, saiu em defesa do candidato à reeleição e deu início a uma discussão, que acabou culminando em sua expulsão do bar pela proprietária. Em seguida, o homem retornou com um pedaço de madeira e atacou o grupo, atingindo Estefane de Oliveira Laudano com um golpe na cabeça.
— Eu vi o status de um amigo numa rede social, que dizia: “Minha bandeira é verde e amarela”, mas embaixo completava com um “mas meu voto é 13”, só que na hora eu não notei, então comentei com a minha irmã, brincando: “Ué, gente, ele vota no Bolsonaro? Não tenho amigo bolsonarista não”, e nesse momento, esse homem, que eu nunca vi na vida, já se intrometeu dizendo que era Bolsonaro, perguntando qual era o problema. Respondi que nenhum, que ele estava no direito, mas que ninguém havia falado com ele — relata Esther de Oliveira Laudano, 24 anos, irmã da vítima agredida.
Esther afirma que o agressor insistiu nas ofensas e começou a gritar, até que a dona do estabelecimento pediu para que ele se retirasse. Contudo, logo depois ele retornou ao local já empunhando o pedaço de madeira e fazendo ameaças de agressão.
Ainda segundo Esther, sua irmã Estefane teria, então, entrado no meio da discussão, tentando afastar o agressor. O homem, no entanto, atacou, e ela acabou atingida pelo pedaço de madeira, que fez um corte em sua cabeça.
— Minha primeira reação foi partir pra cima dele, dando socos, mas quando olhei para trás vi minha irmã no chão, toda cheia de sangue, pedindo ajuda. Ela não conseguia se mexer, só tremia e gritava. Era uma imagem horrível — relata Esther.
Estefane foi levada ferida para a Santa Casa de Angra do Reis, situada a poucos metros do local do incidente. Depois, foi transferida para o Hospital Municipal da Japuíba, na mesma cidade, onde levou sete pontos na região do corte. Ela permanecia internada até a noite de ontem, com quadro estável.
Depois de se certificar que a irmã estava bem, Esther conseguiu localizar dois policiais militares, que passaram a buscar o agressor. Ele foi encontrado em uma rua próxima ao bar, ainda com o sangue de Estefane no rosto e nas mãos.
As testemunhas do caso e o suspeito da agressão foram conduzidos para a 166ª DP (Angra dos Reis), onde ele foi autuado em flagrante por lesão corporal. De acordo com o delegado Vilson de Almeida Silva, titular da unidade, o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) responderá em liberdade, por se tratar de um crime de menor potencial. Esther e outras duas amigas que presenciaram a cena já prestaram depoimento.
— Por ora, ainda temos alguns pontos contraditórios, mas estamos apurando. Aparentemente, houve algumas declarações favoráveis ao candidato do PT, e ele teria reagido e discutido por conta dessa questão política, culminando na agressão — afirmou o delegado. (GZH Política)