O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificou discursos de ruptura democrática e implementou planos para se manter no poder durante a trama golpista de 2022. Segundo Gonet, a partir de 2021, Bolsonaro começou a adotar um discurso de crescente discordância com decisões de tribunais superiores e com o sistema eleitoral eletrônico. Esse comportamento se intensificou após a elegibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a vantagem do petista nas pesquisas eleitorais.
Gonet destacou que, com a proximidade das eleições, Bolsonaro colocou em prática planos articulados para garantir sua permanência no cargo. Documentos, como manuscritos e arquivos digitais, foram encontrados durante as investigações, revelando uma organização criminosa empenhada em romper a ordem democrática. A atuação de Bolsonaro, junto a aliados, foi marcada por ataques aos Poderes, especialmente com a intensificação das críticas às urnas eletrônicas.
O procurador também mencionou momentos críticos, como os ataques de Bolsonaro em manifestações, incluindo a de 7 de setembro de 2021, e suas entrevistas que buscaram desacreditar o sistema eleitoral. No período pós-eleitoral, com a vitória de Lula, surgiram ainda mais evidências perturbadoras. A PGR destacou tentativas de pressão sobre as Forças Armadas e o uso de influenciadores digitais para forçar oficiais militares a agir contra a legalidade.
O julgamento da denúncia contra Bolsonaro e outros sete acusados pela trama golpista está em andamento no STF. A PGR denunciou o ex-presidente por crimes graves, incluindo tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada. Caso a denúncia seja aceita, os réus enfrentam penas que podem somar até 43 anos de prisão. A análise inicial do caso deve ocorrer até o dia 26 de março, com a expectativa de que a denúncia seja recebida por unanimidade.
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