O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não compareceu ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (26), segundo dia do julgamento sobre a trama golpista de 2022. Em vez de estar no tribunal, ele acompanhou a sessão do gabinete de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no Senado. Embora aliados tivessem criado expectativas de sua presença no julgamento, prevaleceu a decisão de que o simbolismo da ida ao tribunal, realizada no primeiro dia, já havia cumprido seu papel político.
Bolsonaro estava acompanhado no Senado por figuras próximas, como a senadora e ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-ministro Gilson Machado. Damares afirmou ter feito uma oração com o ex-presidente antes do julgamento, mostrando a proximidade e o apoio que ele recebe de sua base política. No início do dia, ainda havia discussões sobre a possibilidade de sua ida ao STF, mas a decisão foi por não repetir a presença, ao contrário do que ocorreu na véspera.
Sua ida ao tribunal na terça-feira (25) foi interpretada por muitos como um ato de enfrentamento, em uma tentativa de enviar uma mensagem aos ministros do STF. Na ocasião, ele usou a Medalha do Pacificador com Palma, uma das honrarias militares mais importantes, que costuma usar em momentos de destaque político. A medalha foi concedida a Bolsonaro em 2018 por um ato de bravura realizado em 1978, quando ele ajudou a salvar um soldado que se afogava.
A ação de Bolsonaro no julgamento segue o padrão de outros líderes que enfrentaram processos judiciais com gestos simbólicos. A presença de Trump no julgamento em Nova York, por exemplo, também foi marcada por um forte simbolismo de resistência. No entanto, ao contrário dos Estados Unidos, no Brasil a presença do acusado em julgamentos não é obrigatória, o que permitiu a Bolsonaro acompanhar o processo à distância, em um movimento estratégico e simbólico.
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