O Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2025 com mudanças significativas, priorizando ministérios comandados pelo Centrão e ampliando verbas para a compra de tratores e pavimentação. Em contrapartida, setores como cultura, educação, saneamento e combate à violência contra a mulher sofreram cortes expressivos. As alterações foram feitas com aval do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a votação ocorreu com três meses de atraso devido a impasses sobre emendas parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os ministérios que mais ganharam recursos, destacam-se Esporte (aumento de 270%), Turismo (180%), Empreendedorismo (104%) e Integração e Desenvolvimento Regional (79%). Já a Ciência, Tecnologia e Inovação foi a mais impactada negativamente, com uma redução de R$ 16,7 bilhões para R$ 13,7 bilhões. Pastas como Minas e Energia, Transportes, Educação e Defesa também sofreram cortes.
A destinação de verbas para infraestrutura aumentou consideravelmente. O orçamento da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) dobrou para R$ 2 bilhões. Além disso, a verba para a compra de tratores e pavimentação saltou de R$ 110 para R$ 2,6 bilhões. Por outro lado, o orçamento destinado ao combate à violência contra a mulher foi reduzido de R$ 162,9 milhões para R$ 52,9 milhões, impactando diretamente projetos como as Casas da Mulher Brasileira.
Na cultura, o Congresso cortou R$ 2,5 bilhões da política Aldir Blanc, reduzindo o orçamento para R$ 478 milhões, enquanto o Fundo Setorial do Audiovisual perdeu 25% dos recursos, ficando com R$ 350 milhões. O saneamento básico também foi impactado, com um corte de R$ 150,9 milhões, reduzindo a verba para R$ 1,74 bilhão. Além disso, ações voltadas à proteção ambiental e combate ao desmatamento sofreram uma redução de R$ 522 milhões para R$ 509 milhões.
A educação foi outra área prejudicada, com um corte de R$ 4,8 bilhões no ensino em tempo integral, zerando a previsão de recursos para o programa. Já no Minha Casa, Minha Vida, a maior parte do orçamento foi destinada a famílias de classe média, com um aporte de R$ 18,13 bilhões, enquanto a faixa 1, que atende famílias de baixa renda, recebeu R$ 9,2 bilhões.
Apesar dos cortes, áreas como saúde tiveram aumento significativo de recursos, passando de R$ 209,9 bilhões para R$ 234,4 bilhões, impulsionados por emendas parlamentares. O governo prometeu recompor parte das verbas ao longo do ano, mas a disputa por recursos segue intensa, especialmente diante da necessidade de cumprimento das regras fiscais e dos limites orçamentários impostos.
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