Bahia Política

Sem meias verdades

Fabíola Mansur dispara contra Isidório e defende união homoafetiva

Foto; divulgação

A deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) fez uso da tribuna da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) nesta terça-feira (26) para criticar o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), que tem trabalhado no Congresso Nacional para proibir a união civil entre pessoas do mesmo sexo, conhecida como união homoafetiva.

Fabíola destacou o princípio da laicidade do Estado, consagrado na Constituição Federal, que separa as questões de interesse público das questões de origem religiosa. Segundo ela, a atuação de alguns parlamentares em Brasília contra o casamento igualitário é hipócrita.

“Aqui, precisamos lembrar que o Estado é laico e nossa Constituição deve ser nossa referência principal. Não é aceitável proferir discursos LGBTfóbicos apenas para conquistar votos ou ganhar exposição na mídia, como fez um deputado federal da Bahia, infelizmente”, criticou a deputada estadual.

“Efetuar o uso da Bíblia em um Estado laico para se opor ao casamento homoafetivo é hipocrisia. Não estamos tratando de casamento religioso, mas sim de casamento civil e união estável, visando garantir direitos civis, sucessão familiar e herança. Isso já foi estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal”, complementou Fabíola.

A parlamentar do PSB salientou que também é cristã, mas argumentou que a Bíblia não pode ser aplicada de forma absoluta nos tempos atuais. Fabíola lembrou que alguns personagens importantes da Bíblia também tiveram famílias não tradicionais.

“O modelo de família mencionado na Bíblia pode ser o de Abraão, com um marido, três esposas e várias concubinas. Ou talvez o modelo do Rei Davi, com um marido, oito esposas e 20 filhos. Ou ainda o modelo de Salomão, com um marido, 700 esposas e 300 concubinas”, observou Fabíola.

A socialista também aproveitou seu tempo para elogiar o deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que, apesar de ser religioso, defendeu o casamento igualitário no Congresso Nacional e repudiou as posições de Isidório.

“Não é admissível restringir os direitos civis garantidos em um Estado laico devido a fanatismo religioso. O casamento é uma instituição civil. Não podemos permitir que nossa Casa legislativa se torne uma extensão da igreja. Questões teológicas, como bem disse o Pastor [Henrique Vieira] em seu discurso inspirador, devem ser debatidas nas igrejas”, afirmou Fabíola.

“Nenhum verdadeiro cristão pode apoiar agendas de ódio e intolerância, fazendo uso hipócrita de textos da Bíblia”, concluiu.

 

Fonte; Bahia Política

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