Uma família de Vitória da Conquista, na Bahia, acusa o Hospital Municipal Esaú Matos de negligência após a morte de um recém-nascido. Os pais alegam que houve demora para realizar a cesariana, e a mãe ficou em trabalho de parto por cerca de 40 horas. O bebê, Jonh Henrique, nasceu no dia 22 de março, mas foi diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal e faleceu no mesmo dia. O atestado de óbito aponta quatro causas relacionadas ao atraso no parto: choque séptico, hemorragia pulmonar, hipertensão pulmonar e síndrome de aspiração de mecônio.
De acordo com o pai, Aparecido da Silva, o casal pediu pela cesariana, mas o pedido foi negado. “Quando decidiram, já fazia mais de 40 horas que ela estava tentando e não conseguia passagem”, contou ele. A síndrome de aspiração de mecônio ocorre quando o bebê inala substâncias no útero, o que pode ocorrer em casos de estresse prolongado, como o vivido pela mãe durante o trabalho de parto. O caso foi registrado na delegacia local e está sendo investigado.
O Hospital Esaú Matos, por meio de uma nota oficial, lamentou o falecimento e explicou que a cesariana foi realizada após a indução do parto não ter evolução satisfatória. O hospital afirmou que seguiu o protocolo médico, com a indução utilizando misoprostol, e que a decisão pela cirurgia foi tomada para garantir a segurança da mãe e do bebê. A unidade ainda ressaltou que o hospital é referência no atendimento de gestantes de alto risco e que está enfrentando uma sobrecarga devido à alta demanda de pacientes de diversas regiões.
Os pais cobraram justiça e mudanças no sistema de saúde local para evitar que situações semelhantes aconteçam no futuro. “Eu vi muitas mães sendo negligenciadas na maca, e isso precisa mudar”, disse a mãe do bebê, emocionada. O pai também destacou o sofrimento da família, carregando itens do bebê, como a toquinha e os exames, como forma de protesto pela injustiça.
O hospital informou que iniciou uma investigação interna para apurar as circunstâncias do ocorrido e afirmou estar comprometido com a transparência no caso. A Secretaria Municipal de Saúde também foi notificada sobre a necessidade de ampliar a capacidade do hospital, devido à grande demanda de atendimentos de municípios vizinhos.
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