O governo federal avalia mudanças importantes na regra de proteção do Bolsa Família, mecanismo que permite a continuidade parcial do benefício mesmo após o aumento da renda familiar. Atualmente, quem ultrapassa o limite de R$ 218 por pessoa, mas ainda recebe menos de meio salário mínimo (R$ 759), pode manter 50% do valor do benefício por até 24 meses. A proposta em discussão prevê a redução desse prazo para 6, 12 ou 18 meses, com possibilidade mais concreta de fixar o novo limite em, no mínimo, um ano.
Essa medida faz parte do pacote de contenção de gastos aprovado pelo Congresso Nacional no fim de 2024, e que já prevê economia de R$ 7,7 bilhões no Orçamento de 2025 com ajustes no programa. Embora a base legal tenha sido aprovada, a regulamentação ainda depende de publicação por meio de portaria do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, prevista para este mês.
Além do prazo, técnicos do governo também avaliam a possibilidade de reduzir o limite de renda para ter acesso à regra de proteção, atualmente fixado em meio salário mínimo por pessoa. No entanto, essa proposta encontra maior resistência e é considerada menos provável de avançar. A prioridade é ajustar o tempo de permanência no benefício parcial, de forma a garantir economia sem comprometer a lógica do programa.
Importante destacar que qualquer mudança valerá apenas para novos casos após a publicação da portaria. Quem já está sob a regra de proteção continuará com os 24 meses de cobertura garantidos, por se tratar de um direito adquirido, conforme entendimento da área jurídica do governo. O objetivo é evitar questionamentos legais e manter a estabilidade para beneficiários já enquadrados na regra atual.
O programa também passou por outras alterações recentes. Um decreto publicado em março estabeleceu, por exemplo, que famílias unipessoais passarão obrigatoriamente por entrevista domiciliar ao se inscrever no Cadastro Único — com exceção de indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua. A medida busca reduzir fraudes e melhorar o direcionamento dos recursos públicos.
Faça parte do nosso grupo no WhatsApp se preferir entre em nosso canal no Telegram.
Relacionadas
Pedro Lucas recusa convite para Ministério das Comunicações
STF torna réus acusados de coordenar plano golpista
Mesmo inelegível, Bolsonaro lidera para 2026