O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (8) que o União Brasil tem o direito de indicar o substituto de Juscelino Filho, ex-ministro das Comunicações. Segundo o presidente, ele já possui um nome em mente e conversará com o partido sobre a possível nomeação de Pedro Lucas, atual deputado federal pelo União Brasil-MA. Pedro Lucas, que já foi vice-líder do governo na Câmara e é líder do partido, é visto como um possível nome para o cargo.
Lula destacou que a saída de Juscelino Filho não implica em uma reforma ministerial mais ampla, afirmando que qualquer decisão relacionada ao governo é unilateral do presidente, salvo em casos em que o partido responsável pelo ministério deseje a saída de seu representante. A demissão de Juscelino Filho foi determinada pelo presidente após o ex-ministro ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva e outros crimes relacionados a desvio de emendas.
A denúncia contra Juscelino envolve suspeitas de irregularidades em obras públicas executadas em Vitorino Freire (MA), cidade governada por sua irmã, Luanna Rezende. A investigação da Polícia Federal se baseou em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) e apontou que uma das obras beneficiou propriedades da família do ministro. As acusações começaram a ganhar força após uma reportagem da Folha de S.Paulo, que revelou o envolvimento da empreiteira Construservice em fraudes em licitações.
Além disso, a operação Odoacro, realizada pela PF, identificou um possível esquema de desvio de recursos envolvendo o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo Imperador. Durante a investigação, foram encontradas trocas de mensagens entre Juscelino e o empresário sobre a destinação de emendas parlamentares, o que levou à conclusão de que o ex-ministro poderia ter integrado uma organização criminosa.
A defesa de Juscelino Filho afirmou que ele é inocente e que as acusações não podem ser usadas como instrumentos de manipulação política. Seus advogados destacaram que a denúncia não implica em culpa, e que o ministro confia na refutação das acusações pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar disso, a situação gerou um clima tenso no governo, mas o presidente Lula reafirmou que a nomeação do sucessor será uma decisão do União Brasil.
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