As mulheres continuam a enfrentar um nível maior de endividamento em comparação aos homens no Brasil, reflexo da desigualdade salarial e da dificuldade de acesso ao crédito. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), 76,9% das mulheres estavam endividadas em fevereiro deste ano, contra 76% dos homens. Apesar de a diferença entre os gêneros ter diminuído em relação a 2024, o peso das responsabilidades financeiras sobre as mulheres ainda é maior, principalmente entre aquelas que sustentam suas famílias sozinhas.
Além da diferença salarial, muitas mulheres enfrentam dificuldades na obtenção de crédito, especialmente no empreendedorismo. Segundo Merula Borges, especialista em finanças da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mulheres empreendem de maneira informal com mais frequência, o que dificulta ainda mais o acesso a financiamentos. Essa realidade se agrava em lares de baixa renda, onde, em 43% dos casos, as despesas familiares recaem exclusivamente sobre elas.
Apesar dos desafios financeiros, as mulheres demonstram maior preocupação com a regularização de suas dívidas. De acordo com um levantamento da Serasa, 40% das mulheres priorizam a organização do orçamento para quitar pendências, e elas fecham 25% mais acordos do que os homens no programa Feirão Serasa Limpa Nome. Para especialistas, essa responsabilidade com as finanças reflete um padrão histórico, já que muitas mulheres sempre tiveram um papel ativo na gestão do orçamento familiar, mesmo antes de alcançarem maior independência financeira.
Diante desse cenário, especialistas recomendam atenção ao uso do crédito e planejamento financeiro. Ter dívidas não é necessariamente um problema, desde que sejam contraídas com boas condições e dentro da capacidade de pagamento. Além disso, controlar os gastos e buscar descontos em negociações pode ser um caminho para evitar a inadimplência. Para muitas mulheres, o equilíbrio entre renda, despesas familiares e pagamento de dívidas é um desafio constante, mas a organização financeira tem sido um diferencial para manter a estabilidade econômica.
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