A recente decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre veículos e peças automotivas importadas a partir de 2 de abril pode impactar diretamente o mercado brasileiro. A medida, que substitui a atual alíquota de 2,5%, representa um aumento significativo nos custos de exportação, especialmente para o setor de autopeças, que tem forte presença no mercado americano.
Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,3 bilhão em autopeças para os Estados Unidos, representando 17% de todas as vendas do setor. Apesar de o país não ser o alvo direto das tarifas, a nova regra pode reduzir sua competitividade, levando empresas a redirecionarem contratos para outras regiões. Já no segmento de veículos completos, as exportações brasileiras somaram US$ 242 milhões no último ano, com destaque para os caminhões. No entanto, a venda de carros de passeio foi muito menor, totalizando apenas US$ 6 milhões.
A indústria automotiva nacional teme que a tarifa de Trump cause uma ruptura na cadeia global de fornecimento, elevando os custos de produção e refletindo no preço final de veículos e peças no Brasil. Com diversas montadoras operando em diferentes países, o impacto pode atingir consumidores brasileiros, tornando os automóveis mais caros já nos próximos meses. Além disso, uma possível retração nas exportações pode comprometer empregos e investimentos no setor.
A medida também afeta diretamente a América do Norte. Segundo estimativas da Cox Automotive, cerca de 30% da produção automotiva na região pode ser paralisada com a imposição das novas tarifas, o que representa a suspensão de aproximadamente 20 mil veículos por dia. Enquanto montadoras como Ford, General Motors e Stellantis demonstraram apoio à decisão, países como Canadá e membros da União Europeia reagiram negativamente e estudam sanções retaliatórias.
Além do setor automotivo, Trump sinalizou que pode ampliar barreiras comerciais para outros produtos, como madeira, o que gera preocupação entre exportadores brasileiros que dependem do mercado norte-americano. A isenção concedida ao Canadá e ao México dentro do acordo USMCA também deve expirar em 2 de abril, quando novas sanções podem ser aplicadas a outros países, aumentando ainda mais a incerteza econômica global.
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