O crescimento de policiais militares como influenciadores digitais tem gerado polêmica dentro da corporação baiana. Desde 2023, ao menos 57 PMs passaram a responder a processos administrativos por condutas consideradas inadequadas nas redes sociais. Alguns chegaram a ser presos por descumprirem regras internas. Para tentar frear o avanço dessas situações, uma portaria de 2022 passou a disciplinar o uso das redes pelos agentes.
Entre os casos mais conhecidos está o do soldado Lázaro “Tchaca”, que já soma mais de 130 mil seguidores nas plataformas e foi detido por fazer propaganda política online. Outro exemplo é o do soldado Diego Correia, preso por 30 dias após fazer declarações polêmicas em um podcast, embora depois tenha sido inocentado pela Corregedoria. O comandante-geral da PM, no entanto, manteve a punição.
Outros militares também foram alvos de medidas. Clézio Santana Lins e Flora Machado, por exemplo, foram afastados por exposição considerada inadequada. Clézio deu detalhes de uma abordagem polêmica em um podcast, enquanto Flora divulgava produtos e eventos comerciais enquanto usava o uniforme da corporação. A PM alegou que as ações prejudicavam a imagem institucional.
Especialistas apontam que a ausência de normas mais atualizadas e o interesse crescente do público por segurança pública tornam o fenômeno difícil de controlar. O risco de espetacularização do trabalho policial, como simulações de operações apenas para gerar conteúdo, preocupa os estudiosos e levanta o debate sobre os limites entre liberdade individual e responsabilidade institucional.
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