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Sem meias verdades

STF forma maioria por responsabilizar redes sociais

Foto: Bruno Peres / Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta quarta-feira (11), para permitir a responsabilização civil das plataformas de redes sociais por postagens ilegais feitas por seus usuários. Com placar de 6 votos a 1 até o momento, os ministros entenderam que empresas como Facebook, X (antigo Twitter) e Instagram podem ser punidas judicialmente por conteúdos como discursos de ódio, ataques à democracia e incentivo à automutilação ou suicídio.

O julgamento analisa a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, que hoje só permite responsabilização das plataformas após ordem judicial para remoção de conteúdo. A maioria dos ministros, no entanto, avaliou que a regra é ultrapassada e protege modelos de negócio em detrimento da segurança pública e dos direitos fundamentais.

Entre os votos favoráveis, Gilmar Mendes afirmou que a liberdade de expressão tem sido usada como escudo para manter a impunidade das plataformas. Já Cristiano Zanin defendeu que as vítimas não devem ser obrigadas a recorrer ao Judiciário para cada violação, especialmente em casos que envolvem crianças e adolescentes.

Os ministros Luiz Fux, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso também votaram a favor da possibilidade de remoção de conteúdo sem decisão judicial prévia, em casos de conteúdo evidentemente ilegal. Já o ministro André Mendonça foi o único até o momento a divergir, defendendo a manutenção das regras atuais.

O julgamento será retomado nesta quinta-feira (12), quando os ministros vão definir a tese jurídica que orientará futuras decisões. O STF analisa dois recursos que envolvem diretamente o Facebook e o Google, e a decisão pode mudar o tratamento jurídico de conteúdos nas redes sociais em todo o país.

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