O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 6 votos a 4, manter a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, condenado a oito anos e dez meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, que considerou os recursos apresentados pela defesa como tentativas de adiar a execução da pena. A decisão foi confirmada mesmo com divergências entre os ministros, como Gilmar Mendes, Luiz Fux, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, que votaram contra.
Collor foi preso na madrugada da última sexta-feira (25), em Maceió (AL), quando se preparava para embarcar para Brasília. Segundo a defesa, ele pretendia se entregar voluntariamente. A condenação, proferida em 2023, envolve o recebimento de R$ 20 milhões em propina por contratos firmados entre a BR Distribuidora — subsidiária da Petrobras — e a construtora UTC, entre 2010 e 2014. As provas incluem documentos apreendidos e depoimentos da Operação Lava Jato.
Apesar de já ter tido um recurso negado, a defesa apresentou novos embargos, considerados protelatórios por Moraes, que determinou o início imediato do cumprimento da pena. A defesa agora solicita a conversão da prisão em domiciliar, alegando que Collor tem 75 anos e sofre de doenças como Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar. No entanto, durante audiência de custódia, o ex-presidente afirmou não possuir problemas de saúde nem fazer uso contínuo de medicamentos.
A Procuradoria-Geral da República ainda deve se manifestar sobre o pedido de prisão domiciliar. Enquanto isso, a decisão do STF marca mais um capítulo do envolvimento de ex-agentes públicos em esquemas de corrupção revelados pela Lava Jato. O caso também chama atenção por ter sido julgado em instância única, já que Collor tinha foro privilegiado à época.
Faça parte do nosso grupo no WhatsApp se preferir entre em nosso canal no Telegram.
Relacionadas
Conceição do Jacuípe interdita Avenida Getúlio Vargas para obras
Camaçari divulga lista final de pareceristas da PNAB
Sedec e Senac oferecem cursos gratuitos em Camaçari