A nova política tarifária anunciada por Donald Trump, com taxação de 10% sobre produtos brasileiros, pode afetar diretamente a economia da Bahia. Embora o Brasil tenha sido menos atingido do que outros países, especialistas alertam que os impactos serão sentidos por empresários e consumidores, inclusive aqueles sem ligação direta com o comércio exterior.
Segundo a economista Daniela Cardoso, professora da FESPSP, empresários baianos que exportam produtos como soja, algodão, café e petróleo podem enfrentar dificuldades para manter negócios com os Estados Unidos e precisarão buscar novos mercados. Já o consumidor tende a pagar mais caro por produtos importados, o que pode pressionar a inflação.
Apesar de os EUA representarem apenas 8% das exportações baianas, a medida afeta setores estratégicos. Em 2024, por exemplo, a soja da Bahia respondeu por metade das exportações nacionais do grão. A economista avalia que, mesmo com os efeitos negativos, o Brasil pode se beneficiar ao ocupar espaços deixados por países mais penalizados pelas tarifas americanas.
Já o economista Luiz Marques de Andrade Filho, professor da Faculdade Baiana de Direito, classifica a situação como “disruptiva” e alerta para uma guerra comercial global. Ele destaca que a China já sinalizou retaliações contra os EUA, aumentando a instabilidade econômica mundial. Para a Bahia, o cenário é de maior inflação e possível desaceleração do PIB.
Em resposta, o Brasil aprovou medidas que permitem retaliar na mesma moeda. O governo poderá elevar tarifas sobre produtos americanos ou suspender concessões comerciais e de propriedade intelectual. Ainda assim, estima-se um prejuízo de até 2 bilhões de dólares para a economia nacional, reflexo direto da tensão comercial iniciada pelos EUA.
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