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Sem meias verdades

Bolsonaro lidera ato em Copacabana e pede anistia para condenados do 8 de Janeiro

Foto: Betinho Casas Novas / TV Globo

Na manhã deste domingo (16), apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em Copacabana, no Rio de Janeiro, para um ato em defesa da anistia dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. O evento contou com a presença de governadores, senadores e lideranças políticas e religiosas. As estimativas de público variaram: enquanto pesquisadores da USP apontaram 18,3 mil pessoas, o Datafolha indicou 30 mil, e a Polícia Militar divulgou um número muito maior, de 400 mil participantes.

Bolsonaro discursou por volta das 11h30, afirmando que os condenados pelo 8 de janeiro são “pessoas de bem” e que as punições foram desproporcionais. Ele criticou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e reforçou a necessidade de aprovar um projeto de anistia no Congresso. Além disso, fez um apelo para que seus apoiadores garantam metade da Câmara e do Senado nas próximas eleições, permitindo uma mudança no cenário político.

Os governadores Cláudio Castro (RJ) e Tarcísio de Freitas (SP) também discursaram, defendendo a anistia e criticando as condenações. Tarcísio destacou que as penas foram “desarrazoadas” e pediu que o Congresso aprove o projeto de lei em discussão. O evento foi coordenado pelo pastor Silas Malafaia e reuniu nomes influentes da direita, como o senador Flávio Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

A manifestação acontece poucos dias antes do julgamento no STF que pode tornar Bolsonaro réu por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. Para especialistas, o protesto foi uma forma de pressão política sobre o Congresso e a Justiça. Além da anistia, manifestantes pediram a saída do presidente Lula e a volta de Bolsonaro ao poder, apesar de sua inelegibilidade até 2030.

Desde o ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília, 481 pessoas já foram condenadas, com penas que chegam a 17 anos de prisão por crimes como tentativa de golpe de Estado. Segundo a Advocacia-Geral da União, os danos causados ao patrimônio público somam R$ 26,2 milhões, incluindo obras de arte irrecuperáveis. Parte dos investigados fez acordos de não persecução penal para evitar condenações mais severas.

A destruição causada pelos ataques de janeiro de 2023 segue como um dos temas mais debatidos na política nacional. O embate entre Bolsonaro e o STF deve se intensificar com a proximidade do julgamento e a mobilização de seus apoiadores em torno do projeto de anistia.

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