Durante uma visita ao Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que Jair Bolsonaro (PL) esteve envolvido em um plano para assassiná-lo e na articulação de um golpe de Estado em 2022. As declarações foram feitas após o Supremo Tribunal Federal (STF) tornar Bolsonaro réu, junto com outros sete acusados, por suposta participação na trama golpista. Segundo Lula, as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público reuniram provas suficientes para demonstrar a tentativa de interferência no processo democrático.
O presidente criticou as alegações de perseguição feitas pelo ex-mandatário e disse que Bolsonaro deve aceitar as consequências caso seja condenado. “Se ele tiver culpado, ele tem que se contentar com a punição”, afirmou Lula, reforçando que pedir anistia antes mesmo do julgamento é um indicativo de culpa. Além disso, ele destacou que o STF está conduzindo o caso com base em uma investigação detalhada, que envolveu meses de trabalho e delações de figuras importantes do governo anterior.
Lula também relembrou sua prisão na Operação Lava Jato, enfatizando que, na época, não teve direito à presunção de inocência e foi impedido de concorrer às eleições de 2018. O petista disse esperar que o STF “vote com coerência” e que a Justiça cumpra seu papel, sem interferências políticas. Em sua fala, reforçou que Bolsonaro tentou atentar contra a democracia e contra autoridades, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Em resposta às acusações, Bolsonaro voltou a criticar Moraes e atacou novamente o sistema eleitoral brasileiro. O ex-presidente, que já havia questionado a lisura das eleições antes mesmo de assumir o cargo, alegou estar sendo perseguido politicamente. A decisão do STF, no entanto, abre caminho para que o julgamento do mérito da denúncia aconteça ainda este ano, podendo resultar em novas consequências para Bolsonaro e os demais acusados.
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