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Sem meias verdades

Bolsonaro nega golpe, pede desculpas ao STF e critica urnas

Foto: Valter Campanato | Agência Brasil

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O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento nesta terça-feira (10) ao ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe para impedir a posse de Lula em 2023. Bolsonaro é um dos oito réus do chamado “núcleo 1” da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta um plano para reverter o resultado das eleições de 2022 com medidas inconstitucionais.

Durante o interrogatório, Bolsonaro negou que tenha participado ou apoiado qualquer plano de golpe. Segundo ele, a ideia nunca foi cogitada em seu governo. “Golpe é abominável. O Brasil não poderia passar por isso. Nunca se falou nisso comigo”, afirmou. Ele também negou ter contribuído com a elaboração de uma minuta que previa intervenção militar, contrariando a delação de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens.

Questionado sobre as Forças Armadas, Bolsonaro também negou que o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, tenha colocado tropas à disposição para ações golpistas. Disse ainda que não houve clima, nem apoio suficiente para qualquer ação nesse sentido. Ele também rechaçou que tenha sofrido ameaça de prisão durante reunião com militares, como afirmou o ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior.

O ex-presidente aproveitou o depoimento para pedir desculpas ao Supremo após declarações anteriores em que acusava, sem provas, ministros de corrupção no processo eleitoral. Sobre a questão das urnas eletrônicas, reafirmou que defendia o voto impresso, mas disse nunca ter agido fora da Constituição. “Joguei dentro das quatro linhas o tempo todo”, declarou.

Além de Bolsonaro, também foram ouvidos os demais réus do núcleo da suposta trama: Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. Com os interrogatórios concluídos, o processo caminha para a fase final. O julgamento que pode condenar ou absolver os envolvidos deve ocorrer no segundo semestre de 2025.

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