O ex-presidente Fernando Collor de Mello, de 75 anos, foi detido nesta quinta-feira (24) após ter sua condenação confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele se torna o segundo ex-presidente da República a ser preso por condenação penal na história do Brasil. A sentença, que soma oito anos e dez meses de prisão, foi determinada após a rejeição do segundo recurso apresentado pela defesa, no caso envolvendo corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A condenação de Collor foi proferida em maio de 2023, dentro do contexto da Operação Lava Jato, em um processo que investigou o recebimento de propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A denúncia havia sido apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2015. A defesa afirma que a acusação se baseia apenas em delações premiadas e declarou, em nota, surpresa e preocupação com a decisão do STF.
Antes de Collor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi preso em 2018, após condenação em segunda instância, mas sua pena foi anulada pelo próprio STF anos depois. Michel Temer chegou a ser preso preventivamente por dez dias, em 2019, mas não foi condenado. Já outros ex-presidentes do Brasil foram presos por motivos políticos, especialmente em períodos de instabilidade institucional, como durante a ditadura militar ou na República Velha.
Entre os nomes que também enfrentaram detenções estão Hermes da Fonseca, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Washington Luís, Artur Bernardes e Café Filho. Em todos esses casos, as prisões ocorreram por razões políticas, geralmente associadas a golpes, repressões ou disputas pelo poder, sem condenações penais como no caso de Collor.
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