A defesa do general Braga Netto classificou como “fantasiosa” a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta trama golpista. Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (7), os advogados do militar também questionaram a legalidade da delação do tenente-coronel Mauro Cid, alegando que ele teria sido coagido pela Polícia Federal (PF) a incriminar o ex-ministro da Defesa.
No documento, a defesa negou qualquer envolvimento de Braga Netto nos atos de 8 de janeiro e na tentativa de impedir o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os advogados ressaltaram a trajetória do general, destacando seus 40 anos de serviços ao Exército Brasileiro “sem qualquer mácula”. Também afirmaram que a denúncia é “vazia” e que não tiveram acesso completo às provas apresentadas pela PGR.
Outro ponto rebatido foi a acusação de que Braga Netto teria entregue R$ 100 mil a Mauro Cid para financiar o suposto plano golpista. Segundo a defesa, não há provas concretas sobre essa alegação, e a delação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro estaria repleta de contradições e mudanças de versões. Os advogados sustentam que a denúncia não detalha as circunstâncias da suposta transação financeira.
Braga Netto foi preso em dezembro de 2024 por determinação do ministro Alexandre de Moraes, acusado de obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe. A Polícia Federal identificou que ele teria tentado acessar dados sigilosos da delação de Mauro Cid. No entanto, a defesa do general nega qualquer tentativa de interferência nas investigações.
O julgamento da denúncia será realizado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Caso a maioria aceite a acusação, Braga Netto e os demais denunciados se tornarão réus e responderão a uma ação penal. A data do julgamento ainda não foi definida, mas a expectativa é de que ocorra no primeiro semestre de 2025.
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